O Banco de Portugal publica hoje as estatísticas de taxas de juro e de montantes de novos empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares atualizadas para março de 2025

Para estas estatísticas são consideradas as operações entre os bancos residentes em Portugal e os particulares e empresas residentes na área do euro.


Taxas de juro e montantes de novos depósitos


Particulares


A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo 15.º mês consecutivo, passando de 1,83%, em fevereiro, para 1,69% em março. O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares aumentou 1230 milhões de euros, totalizando 12 909 milhões de euros.

Nos novos depósitos com prazo até 1 ano, a taxa de juro média diminuiu 0,14 pontos percentuais (pp), para 1,70%. Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 95% dos novos depósitos em março. A remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos diminuiu 0,14 pp, fixando-se em 1,44%. No sentido oposto, a remuneração média dos novos depósitos a mais de 2 anos aumentou 0,32 pp, atingindo os 1,51%.
 

Montante de novos depósitos de particulares, por prazo acordado | Em percentagem do total de novos depósitos a prazo:


A taxa de juro média dos novos depósitos do conjunto dos países da área do euro reduziu-se 0,10 pp, para 2,11%. Portugal desceu uma posição entre os países da área do euro, sendo agora o país com a quarta taxa mais baixa.
 

Empresas


A remuneração média dos novos depósitos a prazo de empresas passou de 2,29%, em fevereiro, para 2,16% em março. Estas novas operações de depósitos totalizaram 9482 milhões de euros, mais 753 milhões do que em fevereiro. Os depósitos a prazo até 1 ano representaram 99,5% dos novos depósitos a prazo de empresas.
 

Taxas de juro e montantes de novas operações de empréstimos


Particulares


As novas operações de empréstimos aos particulares totalizaram 3245 milhões de euros em março, mais 273 milhões do que em fevereiro. As novas operações de empréstimos incluem os contratos totalmente novos e os contratos renegociados.

Os novos contratos de empréstimos a particulares aumentaram 308 milhões de euros, para 2774 milhões. Na finalidade habitação, o montante de novos contratos aumentou 265 milhões de euros, para 1951 milhões de euros, o segundo valor mais elevado da série histórica (com início em dezembro de 2014). O crédito concedido a mutuários com idade igual ou inferior a 35 anos representou 56% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em março (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), um peso 2 pp acima do observado para fevereiro. Na finalidade consumo, o montante dos novos contratos aumentou 18 milhões de euros, para 585 milhões de euros, o valor mais elevado da série histórica (com início em dezembro de 2014). Na finalidade de outros fins, o montante dos novos contratos subiu 25 milhões de euros, para 237 milhões de euros.

As renegociações de crédito foram de 471 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 35 milhões em relação a fevereiro.

A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação passou de 3,18%, em fevereiro, para 3,11% em março, o valor mais baixo desde dezembro de 2022. Esta descida observou-se quer nos novos contratos, quer nos contratos renegociados, cujas taxas médias se reduziram 0,05 pp e 0,10 pp, fixando-se em 3,05% e 3,39%, respetivamente.

A taxa de juro média das novas operações de empréstimos à habitação do conjunto dos países da área do euro diminuiu 0,02 pp, para 3,31%. Portugal apresentou a oitava taxa de juro média mais baixa, ficando abaixo da média da área do euro.


Empresas


Em março, o montante de novas operações de empréstimos concedidos às empresas foi de 2355 milhões de euros, 271 milhões de euros acima do registado no mês anterior. Esta subida resultou quer dos novos contratos, quer dos contratos renegociados, que registaram aumentos de 226 e 45 milhões de euros, respetivamente.

As novas operações de empréstimos até 1 milhão de euros atingiram 1271 milhões de euros em março, mais 173 milhões do que em fevereiro. As novas operações de empréstimos acima de 1 milhão de euros aumentaram 98 milhões de euros, para 1084 milhões de euros.

A taxa de juro média das novas operações de empréstimos às empresas desceu 0,21 pp, passando de 4,27%, em fevereiro, para 4,06% em março. Esta diminuição verificou-se nos empréstimos até 1 milhão de euros (-0,11 pp, para 4,24%) e nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (-0,34 pp, para 3,84%).


Crédito à habitação 


Esta análise incide exclusivamente sobre as novas operações de empréstimos e o stock de empréstimos concedidos a particulares para habitação própria permanente.

Em março, 71% dos novos empréstimos à habitação foram contratados a taxa mista (isto é, com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período com taxa de juro variável). O peso dos contratos a taxa mista manteve-se estável relativamente a fevereiro. Em março, os contratos a taxa mista representavam 36% do stock de crédito à habitação.


Fonte: https://bpstat.bportugal.pt/conteudos/noticias/2500